ENTREVISTA – Rafael, de Pontal: “Vivemos momento ímpar na política nacional”
Há cerca de dois anos, realizamos uma entrevista com o então diretor do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Pontal (Sindsempo), Rafael Moreira Ribeiro. Na ocasião, ele contou parte da sua trajetória profissional pregressa ao funcionalismo e deu detalhes de como foi o caminho até chegar à diretoria da entidade. Atualmente, ele assumiu o cargo de presidente e muitas coisas mudaram.
Durante a recente conversa, ele destaca suas particularidades como líder da entidade, bem como seus projetos e ações em defesa do funcionalismo. Aborda o trabalho realizado com os Sindicatos de sua região e faz uma avaliação sobre a atual conjuntura político-econômica do País e como isso afeta a vida do funcionalismo. Acompanhe agora como foi a entrevista. Veja abaixo esse novo diálogo.
Veja abaixo nossa conversa com o líder de Pontal:
Rafael Moreira Ribeiro é presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Pontal e, apesar de muito jovem, é um dirigente exemplar 1) Quais mudanças relevantes fez desde que assumiu a presidência no Sindicato?
Primeiramente, não posso deixar de parabenizar nosso líder anterior, o companheiro Ronaldo Donizeti, que promoveu uma nova realidade para o funcionalismo de Pontal. Tomei posse em março e a meta principal era dar andamento aos trabalhos já iniciados e implantar outros. Primeiro, comecei o processo de planejamento da contabilidade do Sindicato. Há cerca de duas semanas iniciamos uma reforma com uma pintura nova.
Mais uma ação importante é a intensificação do trabalho de base. Temos visitado com mais frequência os Servidores e com isso fizemos muitas novas filiações. Outra implantação nessa atual gestão é a realização de um encontro mensal entre toda a diretoria para avaliar o trabalho. Também ampliamos a área de atuação do Departamento Jurídico, passamos a oferecer atendimento médico e fechamos convênio odontológico.
2) A atual gestão já obteve alguma nova conquista frente a Administração municipal de Pontal?
Iniciamos com muito empenho e pé direito. Várias ações foram deferidas favoravelmente aos Servidores, como, por exemplo, a da cesta básica não paga em 2012, devido a péssima gestão da época. Já na primeira negociação, conquistamos um ganho substancial no aumento do vale-alimentação, que passou de R$
130,00 para R$ 380,00 um ganho de quase 300%
e reflete diretamente na vida dos companheiros.
3) Como avalia na prática o trabalho como presidente, agora que exerce esta função?
O desafio e responsabilidade são muito maiores. Mesmo juntos, uma coisa é sugerir, outra é estar à frente da entidade e tomar certas decisões, ciente das consequências. Mas acredito que toda experiência anterior me capacita a fazer o melhor pela categoria. Acredito estar no rumo certo e não tenho medo de desafios, pois para construir uma identidade e boa história é necessário engajamento.
4) Como líder, quais suas metas e projetos futuros para o Sindicato dos Servidores de Pontal?
Um dos objetivos é implantar um clube para oferecer mais lazer para o trabalhador e seus familiares. Agora, um sonho antigo meu é implantar uma farmácia do Servidor. Já trabalhamos algo nesse sentido para tornar esse sonho realidade e creio que em 2018 já vamos começar as obras. Também penso em oferecer aqui em nossa sede atendimento psicológico, obstétrico, fisioterapêutico, entre outros.
5) Qual sua avaliação sobre a atual crise política que o País está enfrentando no momento?
Vivemos um momento ímpar na política nacional. Nós, enquanto movimento sindical, precisamos nos unir e mobilizar os trabalhadores para combater esses desmandos. Temos visto que a categoria ainda não percebeu o quão grave são os frequentes ataques aos direitos trabalhistas, em especial, os dos Servidores. O momento é de mobilização e a informação é a ferramenta para o sucesso.
6) Quais adaptações as entidades precisam fazer para superar as dificuldades diante do corte do imposto sindical que foi estabelecido pelo atual presidente da República, Michel Temer?
Acredito que o papel das entidades para superar o corte do imposto é com renovação. Não acho
que as entidades devem se encolher, cortar benefícios para reduzir custos, pois isso vai acabar por surtir efeito direto no trabalhador e ele vai fazer sua desfiliação no Sindicato. Daqui pra frente, precisa ser mais voltado ao assistencialismo, sem abrir mão do papel principal que é lutar pelos direitos.
7) Qual a importância dos planejamentos e ações realizados frente à Regional?
É um trabalho engrandecedor. Começa com uma visita dos coordenadores Regionais e propicia uma aproximação com a Federação. É um diferencial realmente. Aproveitamos para abraçar entidades sozinhas e oferecemos uma estrutura consolidada e assistencialista, com apoio para realização
de pleitos, assessoria técnica, jurídica e de informação. Sem dúvida, traz um resultado positivo.
8) O que representa para o funcionalismo a premiação Master de entidade referência?
Representa o reconhecimento de um trabalho sério em razão do acolhimento real do Servidor e suas demandas. A indicação para premiação já valeria a pena. Nossas ações têm sido destaque na região de Ribeirão Preto porque oferecemos serviços de qualidade e não medimos esforços para contribuir com a melhoria da categoria. Estamos orgulhosos, mas não é tudo. Temos muito ainda para fazer.
9) Conte um pouco sobre quais são as expectativas políticas para os próximos anos?
A Central Pública, a quem somos filiados, realiza um ótimo papel em defesa do setor público municipal na esfera Federal. Atualmente o municipalismo está órfão. Espero que assim como existem bancadas da bala, ruralista, evangélica, entre outras, nosso setor também deve eleger representantes. Precisamos trabalhar para formar um candidato em Brasília, a fim de lutar pela nossa categoria.
10) Deixe uma mensagem de força para os dirigentes sindicais de todo o Brasil.
Somos mais de 12 milhões de Servidores no País e temos o desafio de unir forças e conscientizar a categoria na luta contra o retrocesso. Devemos dialogar mais com a nossa base e participar efetivamente das decisões políticas, só assim vamos conseguir mudar as coisas. Não podemos esquecer que união faz a força e, por isso, nos unir com entidades de grau superior é fundamental.